8. Evidência de que O Livro de Mórmon Foi Ditado - Joseph Smith | Intérprete Nefita

8. Evidência de que O Livro de Mórmon Foi Ditado

80 evidências da autenticidade do chamado de Joseph Smith.


Por Luiz Botelho 19 de Janeiro de 2020
8. Evidência de que O Livro de Mórmon Foi Ditado

Em constraste com algumas obras de arte populares que vemos na Igreja, o registro histórico indica que Joseph Smith traduziu o Livro de Mórmon colocando os Intérpretes Nefitas (Mórmon 9:34 e Éter 4:5) ou sua pedra vidente dentro de um chapéu. Ele então colocava seu rosto dentro do chapéu a fim de bloquear a luz do ambiente e pelo poder de Deus podia ver uma tradução em Inglês dos caracteres do Livro de Mórmon o qual ele, então, ditava ao escriba.

Apesar do método da tradução ser mencionado em literaturas da Igreja como a revista Ensign, alguns membros da Igreja parecem se chocar quando descobrem que suas percepções a respeito do mecanismo da tradução utilizado por Joseph Smith não se harmonizam com aquilo que previamente tinham em mente. Alguns membros ficam surpresos porque haviam sido ensinados que Joseph traduziu as placas utilizando o Urim e Tumim. Isso é verdade. O que a maioria destes membros não percebem, entretanto, é que o Urim e Tumim era o nome dado tanto para os Intérpretes Nefitas que estavam inclusos na caixa de pedra com as placas, quanto à pedra vidente que Joseph possuía e posteriormente utilizou para receber revelação.

Como, alguns se perguntam, poderia Joseph receber revelação através de uma pedra em um chapéu? Essa é uma pergunta peculiar para um membro. Deveríamos entender que traduzir as placas com uma pedra fora do chapéu era mais eficiente do que traduzir o mesmo registro com ela dentro? Se Joseph era um profeta, e se a tradução veio pelo dom e poder de Deus, será que o método utilizado na tradução realmente importa?

Joseph nunca revelou os detalhes do processo de tradução, mas ele e outras testemunhas deixaram informações suficientes ao ponto de podermos supor algumas das coisas que provavelmente sucederam. A maioria dos membros pensam (e infelizmente isso é apoiado por algumas obras de arte da Igreja) que Joseph Smith sentou em uma mesa com as placas ditando-as, enquanto um escriba sentava do outro lado de uma cortina registrando as palavras de Joseph Smith. 

Durante a parte inicial do processo com Martin Harris, havia de fato uma cortina separando Martin de Joseph. É possível que a cortina tenha sido utilizada apenas uma vez, quando Joseph copiou alguns dos caracteres para que Martin levasse ao professor Anthon para que fossem examinados. A maior parte da tradução foi realizada sem qualquer obstrução ao escriba, enquanto as placas estavam cobertas ou escondidas. Como um entrevistador ouviu de David Whitmer, um lençol estava estendido entre a sala dos Whitmers e o restante da casa, para que Joseph e seus escribas pudessem realizar a tradução sem serem interrompidos por visitantes. De acordo com Whitmer, o lençol não era utilizado para esconder as placas ou tradutor dos escribas. De fato, notou Whitmer, Joseph realizou a tradução na presença da "família inteira dos Whitmers e vários dos parentes de Smith."[1]

Também sabemos que o processo não era totalmente automático--Joseph precisava aplicar alguma reflexão sobre as palavras que aparecia para ele. Quando Oliver Cowdery teve uma tentativa sem sucesso de traduzir, por exemplo, o Senhor disse a Oliver: "Eis que não compreendeste; supuseste que eu o concederia a ti, quando nada fizeste a não ser pedir-me.  Mas eis que eu te digo que deves estudá-lo bem em tua mente; depois me deves perguntar se está certo e, se estiver certo, farei arder dentro de ti o teu dpeito; portanto, esentirás que está certo." (D&C 9:7-8)

Com a exceção de nomes (o qual será discutido em artigos posteriores), aparentemente Joseph talvez tenha visto ou sentido conceitos os quais precisou formular em sentenças em Inglês. O antigo apóstolo Orson Pratt explicou, que Joseph "recebeu as ideias de Deus, mas investiu tais ideias com palavras ao passo elas vinham à sua mente."[2]

Aqueles conceitos podem ter vindo como traduções literais do que havia nas placas, mas Joseph teria que reestruturar a tradução em algo mais claro em Inglês. Algumas vezes, Joseph pode ter seguido a tradução literal ao pé da letra. 

Segundo, sabemos que quando Joseph encontrou substantivos desconhecidos, ele então os soletrava na primeira menção. Inicialmente, por exemplo, Oliver Cowdery escreveu "Coriantummer", ao que em seguida ele riscou e escreveu "Coriantumr" em cima da palavra riscada. Não havia uma maneira de Oliver saber que o nome era escrito com um "tumr" no final, a menos que ele fosse corrigido em sua grafia por Joseph Smith enquanto ele ditava.

Terceiro, temos forte evidência de que o livro foi ditado de um estudo do próprio manuscrito original. Dr. Royal Skousen, um linguísta reconhecido internacionalmente, gastou várias décadas estudando o manuscrito original do Livro de Mórmon como escrito pelos escribas de Joseph, e descobriu diversas pistas--normalemente na forma de erros dos escribas--que indicava que o texto havia sido ditado. Algumas vezes o escriba ouvia e escrevia a palavra "and" ("e" em inglês) quando Joseph na verdade havia ditado "an" (palavras que soam parecido mas que possuem significados diferentes. 

Este não é o tipo de erro que uma pessoa cometeria se estivesse lendo ou copiando um documento, mas é exatamente o tipo de erro que faria quando ouvem errado algo que está sendo ditado. Skousen também encontrou evidência de que Joseph provavelmente visualizava cerca de vinte a trinta palavras de cada vez, o qual ele ditava aos escribas em blocos. Alguns erros dos escribas, por exemplo, indica que algumas vezes o escriba se adiantava no processo de tradução. 

Outro exemplo vem de Alma 45:22, aonde encontramos os exemplos mais antigos da caligrafia de Joseph Smith. No meio do processo, Oliver interrompe a escrita repentinamente, e Joseph termina um bloco de vinte e oito palavras com sua própria escrita. Talvez Joseph já havia visto o bloco em sua pedra e aproveitou a oportunidade para escrever a porção remanescente enquanto esperava Oliver retornar. Uma pista sobre a necessidade de escrever o que Joseph viu--enquanto ainda estava disponível no Urim e Tumim--pode ser encontrado em uma declaração da esposa de Joseph Smith, Emma: "Eu estou satisfeita em saber que nenhum homem poderia ter ditado o texto do manuscrito a menos que fosse inspirado; porque, quando agia como escriba, seu pai ditava para mim hora após hora; e quando retornava de suas refeições, ou após interrupções, ele continuava de onde havia parado, sem olhar o manuscrito ou ter qualquer porção dele lido a ele."[3]

É possível que Joseph necessitava registrar o que havia visto nos intérpretes enquanto ainda estava visível, ou então a informação desapareceria e se moveria para o próximo bloco de texto. 

Como o rosto de Joseph estava imerso no chapéu--o qual bloqueava a luz externa--ele não poderia estar lendo de rascunhos de papel, e como notado acima, Joseph não possuía nenhum livro ou manuscrito em mãos durante o processo de tradução. O fato de Joseph ditar este complexo manuscrito, em blocos de vinte a trinta palavras por vez, e nunca ter voltado atrás para revisar porções iniciais do manuscrito, é um feito incrível e jamais reproduzido.

*** Esse artigo é um extrato do livro "Sobre Fé e Razão: 80 Evidências Apoiando o Profeta Joseph Smith", escrito por Michael R. Ash e traduzido por Luiz Botelho ***

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Referências:

[1] Daniel C. Peterson, "Not So Easily Dismissed," The Farms Review 17, no. 2 (2005)
[2] Quoted by Robert J. Woodford, "The Story of the Doctrine & Covenants," Ensign, Dec. 1984, 34.
[3] Reprinted in Early Mormon Documents, 1:1542


 



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